Imprensa anticolonial de exílio e clandestina

O colonialismo, nas suas diferentes épocas e fórmulas, consistiu no domínio dos territórios ocupados, exercido sobre as respetivas populações, escravizadas e duramente reprimidas até à aniquilação em muitos casos, tendo em vista a exploração dos recursos naturais e minerais.

O exercício do poder colonial subjugou esses povos, mantendo-os afastados da alfabetização e da instrução formal, vendo limitados ou mesmo e desprovidos de direitos cívicos e políticos.

E, no entanto, formaram-se algumas vanguardas culturais e políticas, à espreita da ocasião em que o poder da metrópole aparecesse fugazmente depauperado ou liberalizado, como aconteceu em algumas colónias portuguesas no período imediato à implantação do regime republicano no início do século XX - em que africanos ditos assimilados tentaram alargar o seu círculo de influência através da criação de jornais e manifestos, embora dirigidos a uma massa que, pura e simplesmente... não sabia ler.

Os movimentos emancipalistas e protonacionalistas recorreram, naturalmente, à publicação de jornais, revistas, folhetos, etc. que desempenharam funções informativas e formativas, de propaganda, de agitação e, quantas vezes, um papel de organização, de resistência contra a desintegração social e política dos povos autóctones provocada pela ocupação ocidental.

Mas, sem meios financeiros, sem acesso aos meios técnicos de imprensa, desprovidos de redes (legais) de distribuição, os raros que se aventuravam nessa luta contra o domínio colonial sabiam à partida que a repressão os seguiria de perto. Daí, a denúncia apresentar-se muitas vezes com aparência branda e de algum modo camuflada, afirmando-se a clandestinidade (ou seja, a ilegalidade, a transgressão direta das leis do opressor) e o exílio como únicas formas de expressão livre do pensamento desses autores.

Não podemos ignorar aqui também o papel desempenhado pelas próprias metrópoles: por um lado, são o trânsito normal desses intelectuais em busca do seu aperfeiçoamento cultural, por outro, existem aí os meios técnicos e financeiros adequados à publicação e divulgação da imprensa e, embora com evidente grau de excecionalidade e tardiamente, aí se manifestam também intervenções de afirmação solidária com os condenados da terra.

Apresentamos aqui alguns desses órgãos de imprensa, publicados desde os alvores do século 19, de vida geralmente efémera, em que a afirmação dos princípios e a representação dos movimentos cívicos e políticos que os geraram constituem uma das principais armas apontadas ao colonialismo.

Exile and Clandestine Anticolonial Press

english version soon


































A Voz da Revolução: Órgão oficial da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 12 (1972-09); n.º 13 (1972-10 - 1972-11); n.º especial por ocasião do dia da Revolução Moçambicana (1973-09-29); n.º 22 (1974-05 - 1974-07)

Angola: Órgão da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 13, vol I (1964-07-01); n.º 11 (1964-10-19);

Angola Bulletin (Comité Angola - Amsterdam)


CC/FMS - Documentos Alberto Arons de Carvalho - n.º 10, ano 7 (Outubro de 1969 - Novembro de 1969); n.º 2, ano 8 (Fevereiro de 1970 - Março de 1970); n.º 4, ano 8 (Abril de 1970 - Maio de 1970);

Angola in arms: Órgão de informação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)

MPLA


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 4 (Dezembro de 1972); n.º especial dedicado à comemoração do 4 de Fevereiro (1974);

BAC - Boletim Anti-Colonial


CC/FMS - Francisco Marcelo Curto - n.º 1 (Outubro de 1972); n.º 2 (Novembro de 1972); n.º 3 (Dezembro de 1972); n.º 4 (Janeiro de 1973); n.ºs 5 e 6 (Fevereiro de 1973 - Março de 1973);

Blufo: Orgão dos Pioneiros do PAIGC


CC/FMS - Documentos Amílcar Cabral - Luís Cabral - n.º 1 (Janeiro de 1966) - n.º 22 (Dezembro de 1970)

Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro

Órgão da Sociedade com o mesmo nome criada em 1930, foi da iniciativa de exilados republicanos da Ditadura em Portugal. Dirigido por António Amorim, tinha como redactor principal Francisco Dores Gonçalves que assinava todos os editoriais. Defendia-se o Pan-Lusitanismo como uma ideia de Império federado de autonomias a caminho da independência, mas as suas páginas abriam ao debate das várias tendências republicanas para a questão colonial, afirmando, mesmo, em todos os números publicados, não se rever em muitas delas. Procurava, sobretudo, estabelecer uma comunicação democrática entre as várias colónias onde tinha uma rede completa de correspondentes, valorizando nessa comunicação o papel da língua e da cultura portuguesas. Vamos encontrar na colaboração do Boletim muitos dos intelectuais que formaram a Renascença Portuguesa, como Teixeira de Pascoais, Augusto Casimiro e Fidelino de Figueiredo alguns colaboradores da últimas séries da Águia como Hernâni Cidade, Adolfo Casais Monteiro e Santana Dionísio, e posteriormente com a Seara Nova como António Sérgio, Jaime Cortesão, Manuel Teixeira Gomes, Branca Possolo, Aquilino Ribeiro, Maria Archer, João de Barros, Vitorino Nemésio, assim como políticos, antigos deputados e ministros, vários deles militares e militantes dos vários partidos republicanos, como Norton de Matos, Nuno Simões, Henrique Galvão, Azevedo Coutinho, Nascimento Moura, Ricardo Severo, Francisco Veloso, Abreu e Lima, Gastão de Sousa Dias, Caetano Gonçalves, Sarmento de Beires, Salustiano Correia, António Maria da Cunha, o Padre Correia Alves, José de Macedo, Cunha Leal. Para além dos mencionados republicanos várias homenagens foram feitas a figuras de referência já falecidas, como Guerra Junqueiro, António José de Almeida e Álvaro de Castro para citar alguns exemplos.

A ligação à intelectualidade brasileira levou à publicação de trabalhos que procuravam estabelecer a importância da cultura africana e luso-africana no Brasil, com nomes como Edison Carneiro, Afrânio Peixoto, Gilberto Freire, Artur Ramos, Mário de Andrade, Pedro Calmon.

N.º 1 (Maio 1931) - n.º 25 (Dez. 1939)


HML - Tem a colecção completa - Ficha bibliográfica

ISCSP-BIBLIOTECA - (Cota P 00429) - 1932(n.º 2), 1933(n.º 4-7), 1934(n.º 8-11), 1935(n.º 13, 15), 1936-1938(n.º17-24) - Ficha bibliográfica

BGUC - (cota B-46-65-3) - colecção com falhas - Ficha bibliográfica

BNP - (Cota R.E. 11291 V.) - n.º 5 (Abr./Jun. 1933; S. 2, n.º 8-11 (Jan./Dez. 1934) - Ficha bibliográfica

Boletim do Corpo Voluntário Angolano de Assistência aos Refugiados (CVAAR)

Brazzaville, República do Congo


CC/FMS - Arquivo Mário Soares - n.º 1 (Novembro de 1961);

Bulletin d'Information du Bureau Permanent du Front de Libération de Mozambique à Alger (FRELIMO)

Alger


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 1 (Janeiro de 1964); n.º ? (Abril de 1966);

Bulletin d'Informations du Secretariat Permanent de la Conférence des Organisations Nationalistes des Colonies Portugaises (CONCP)

Rabat, Marrocos


CC/FMS - Documentos Jorge Campinos - n.º 1 (30 de Dezembro de 1961);

Cadernos Anti-Coloniais (Secretariado dos Encontros dos Estudantes Portugueses no Estrangeiro)

Bruxelas, Bélgica


CC/FMS - Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 2 (c. 1969);

Cadernos de Circunstância

Paris, França


CC/FMS - Arquivo Mário Soares - n.º 1 (Março de 1969);

Cadernos GEDOC


CC/FMS - Documentos Felicidade Alves - Cadernos GEDOC: n.º 1 (1 de Fevereiro de 1969); n.º 2 (c. 1969); n.º 3 (c. 1969); n.º 4 (c. 1969); n.º 5 (c. 1969); n.º 6 (c. 1969); n.º 7 (Outubro de 1969); n.º 8 (1969); n.º 9 (1970); n.º 10 (1970);

Cadernos Necessários


CC/FMS - Arquivo Mário Soares - n.º 1 (Junho de 1969);

Direito à Informação

Órgão de informação dos católicos progressistas. Dinamizado por Nuno Teotónio Pereira. Foi substituído pelo BAC.

Lisboa, 1963-1972


CD25A - Cota: P.P. 24518 V. - Nº 2-3; Nº 7-8 Doação Centro Doc. 25 de Abril

CC/FMS - Documentos Mário/Beatriz Cal Brandão - n.º 3 (1964);

FRELIMO Information: Boletim da representação na Argélia da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)

Argélia


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - (Julho de 1968);

Guerrilheiro

Bulletin of the Committee for Freedom in Mozambique, Angola and Guiné.

1970 - 1975

Bulletin of the Committee for Freedom in Mozambique, Angola and Guiné.

1970 - 1975


Jornal Anti-Colonial: Pela paz e auto-determinação dos povos coloniais

P.C.P.


CC/FMS - Francisco Marcelo Curto - n.º 1 (1963);

Kwacha - Angola

Órgão de informação da UNITA

Conselho Externo da UNITA, Cairo


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 2, vol. 1 (Janeiro de 1968); n.º 2 (Junho de 1969);

Liberdade: Órgão da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN)

Órgão da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN)

Argel


CC/FMS - Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 1 (Fevereiro de 1966); Documentos Teófilo Carvalho dos Santos - n.º 2 (Março de 1966); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 3 e 4 (Abril a Maio de 1966); Francisco Lyon de Castro - n.º 5 (Dezembro de 1966); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 6 (Julho de 1967); Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 7 (Setembro de 1967); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 8 (Novembro de 1967); Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 9 (Fevereiro de 1968); Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 10 (Março de 1968); Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 11 (Abril de 1968); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 12 (Maio de 1968); Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 13 (Junho a Julho de 1968); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 14 (Novembro de 1968); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 15 (Junho de 1969); Isabel do Carmo/Carlos Antunes - n.º 16 (Outubro de 1969);

Libertação: Órgão do Partido Africano da Independência

Libertação "Unidade e Luta". Órgão do Partido Africano da Independência (Guiné e Cabo Verde)

Conakry

Directores: Amílcar Cabral, Luís Cabral, Vasco Cabral e Dulce Almada


CC/FMS - (Documentos Amílcar Cabral - Vasco Cabral) – 126 números (n.º1 (Dezembro de 1960) a n.º97 (Dezembro de 1968), faltam n.º 18 e n.º37) + (n.º 87 (Fevereiro de 1969) a n.º121 (Dezembro de 1971), faltam n.º 94,95,96,97 e 118);

Mozambique Revolution: Official Organ of the Mozambique Liberation Front (FRELIMO)

FRELIMO

Dar Es Salaam, Tanzania


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - n.º 37 (Janeiro a Fevereiro de 1969); n.º 38 (Abril de 1969); n.º 53 (Outubro a Dezembro de 1972); n.º 56 (Julho a Setembro de 1973); n.º 57 (Outubro a Dezembro de 1973); n.º 59 (Abril a Junho de 1974);

O Anti-Colonialista

Jornal Central do Movimento Popular Anti-Colonial (MPAC)


CC/FMS - Fernando Rosas - n.º 1 (Fevereiro de 1973); n.º 2 (Março de 1973); n.º 3 (Abril de 1973); n.º 4 (Julho de 1973); n.º 6 (Janeiro de 1974); Francisco Marcelo Curto - n.º 9 (Fevereiro de 1974); Fernando Rosas - n.º 11 (Março de 1974); n.º 12 (Abril de 1974); n.º 14 (Setembro de 1974);

Os Povos das Colónias Vencerão!

Órgão dos Comités de Luta Anti-Colonial e Anti-Imperialista (CLACS)


CC/FMS - Documentos Alberto Arons de Carvalho - n.º 4 (Janeiro de 1973);

PAIGC Actualités

Comissão de Informação e Propaganda do Comité Central do PAIGC


CC/FMS - (Arquivo Mário Pinto de Andrade) – n.º1 (Janeiro de 1969) a n.º53 (Setembro de 1973) - Falta: n.º 35; Documentos Amílcar Cabral - n.º 49+50 (Janeiro a Fevereiro de 1973 - edição inglesa); n.º 57 (Janeiro de 1974);

Passa Palavra: jornal do soldado português - contra a guerra colonial

Boletim anti-colonialista dirigido aos soldados portuguesas. Editado pela Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN)

Argel


CC/FMS - Arquivo Mário Pinto de Andrade - (Abril de 1966); (Maio de 1968);

Portugal Democrático

O jornal Portugal Democrático foi fundado na cidade de São Paulo, Brasil, por exilados portugueses de várias nuances políticas, mas unidos por forte anti-salazarismo. Surgiu a 7 de julho de 1956 e, em 205 edições, perdurou até 1975 - logo após o "25 de Abril" - quando foi voluntariamente extinto.

Não representou fenômeno isolado, posto que houve órgãos congêneres de oposição e resistência nos vários países onde se exilaram portugueses durante o Estado Novo. Tal irmandade propiciou uma rede articulada de circulação "clandestina" de informações, graças a "correspondentes" e a hábeis estratégias para obter notícias jamais admitidas pela censura salazarista.

Sublinhe-se a liberdade que gozaram no Brasil essa e outras publicações similares, quer em tempos de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, quer mesmo durante a ditadura militar implantada em 1964, que, ao contrário do previsível, respeitou a independência com que o jornal se firmara. Aliás, presente em cada número, o lembrete, emoldurado, "Portugal Democrático - um jornal português que não é submetido à censura" assegurava ao leitor uma credibilidade há muito ausente dos jornais publicados em Portugal, ou daqueles mantidos pela chamada "colônia" no Brasil, fiéis seguidores da doutrina salazarista.

Desde logo, o Portugal Democrático contou com um ilustre corpo de colaboradores, reunidos em torno da figura tutelar de João Sarmento Pimentel - exilado desde a primeira hora em que Salazar galga o poder e que, na capital paulista, veio a tornar-se o Presidente do Centro Republicano Português. Dentre muitos outros portugueses, Adolfo Casais Monteiro, Fernando Lemos, Joaquim Barradas de Carvalho, Jorge de Sena, Maria Archer, Miguel Urbano Rodrigues, Sidónio Muralha e Vítor Ramos. Mas também escritores brasileiros assinaram matérias nas páginas do jornal, em claro gesto de solidariedade aos ideais do periódico. Percebe-se, assim, o alto patamar cultural em que o periódico se situou.

Ao longo desses 18 anos de existência, com tantos articulistas e de tantas tendências político-sociais-filosóficas, é enorme a variedade de temas trazidos a análise. Mas, destes, destaquem-se os debates em torno da Questão Colonial, os quais, majoritariamente apoiavam os movimentos de independência e propunham caminhos para uma descolonização menos traumática, tanto para colonizador como colonizado.

Enfim, um extraordinário periódico, rico em subsídios aos estudos de política e cultura na imprensa periódica, colonial ou não.

Gilda Santos

S. Paulo, nº 1 (7 Jul. 1956) -nº 205 (4 Mar. 1975)

Mensal

Director: Otávio Martins de Moura


ANTT - (cota Portugal Democrático, liv. 1-3) – nº 1 (7 Jul. 1956)-nº 205 (4 Mar. 1975-Colecção incompleta digitalizada e acessível online com possibilidade de descarregamento: http://digitarq.arquivos.pt/details?id=4740183

BNP - (Cota J.E. 159 V.) - A. 1, nº 1 (7 Jul. 1953)-a. 19, nº 205 (25 Abr. 1975) - Colecção completa?

CC-FMS (Fundo: Isabel do Carmo/Carlos Antunes) – Nov. 1966- Jan. 1970: nºs 112, 133, 135-136, 138-147

Nota: A colecção completa deste título foi digitalizada pelo Centro Cultural 25 de Abril e editada em DVD

Resistência: Jornal Central da Resistência Popular Anti-Colonial (RPAC) - Organização de Unidade Revolucionária dos Soldados e Marinheiros

Jornal Central da Resistência Popular Anti-Colonial (RPAC) - Organização de Unidade Revolucionária dos Soldados e Marinheiros


CC/FMS - Fernando Rosas - n.º1 (Agosto de 1971); DPP - Documentos MRPP/PCTP - n.º 2 (Agosto de 1973); Fernando Rosas - n.º especial (17 de Julho de 1973); n.º 3 (Setembro a Outubro de 1973); DPP - Documentos MRPP/PCTP - n.º 4 (Novembro de 1973); Fernando Rosas - n.º 5 (Janeiro de 1974); n.º 6 (Março de 1974); Documentos MRPP/PCTP - n.º 7 (Agosto de 1974); n.º 8 (Setembro a Outubro de 1974); n.º 10 (Novembro de 1974); Fernando Rosas - n.º 11 (Fevereiro de 1975); n.º 12 (Abril de 1975); Documentos MRPP/PCTP - n.º 16 (Junho de 1976);

Ressurge Goa

Quinzenário nacionalista goês publicado em Bombaim, fundado e redigido por Telo de Mascarenhas desde 26 de Janeiro de 1950 até Fevereiro ou Março de 1956. Redigido em português, inglês e concani, o periódico esteve associado ao Congresso Nacional (Goa), sendo um dos primeiros títulos criados pelos nacionalistas goeses no exílio para defender a causa da integração de Goa no Estado Indiano, no âmbito do conflito entre os Estados português e indiano em torno da chamada Questão de Goa.

Entre as preocupações do jornal, destaca-se a de evidenciar a compatibilidade da identidade católica com o nacionalismo indiano. Telo de Mascarenhas terminou o jornal quando foi convidado a colaborar na secção portuguesa da All India Radio, em Nova Deli. Não tendo sido possível até ao momento detectar qualquer colecção deste periódico na Índia, a sua apresentação constitui um bom exemplo da colaboração possível entre instituições e investigadores no reconhecimento dos seus fundos e reconstituição de colecções. Neste caso temos de agradecer as informações e partilha de manuscritos das suas teses, dos investigadores Filipa Lopes (UP) e Lucas Mestrinelli (U.Campinas).

Bombaim, n.1, 26 Jan. de 1950 - Fev. ou Mar. 1956

Quinzenal

Fundado e redigido por: Telo de Mascarenhas

Goan nationalist be-weekly published in Bombay, founded and edited by Telo de Mascarenhas since January 26, 1950 until February or March, 1956. Written in Portuguese, English and Konkani, it was linked to the National Congress (Goa), and was one of the first titles founded by Goan nationalist in exile to defend Goa's integration in the Indian State, within the controversies between Portugal and India about the so-called "Goa Problem".

Among the journal's concerns, it stands out to highlight the compatibility of Catholic identity with Indian nationalism. Telo de Mascarenhas ceased the journal when he was invited to collaborate to the Portuguese section of All India Radio in New Delhi. As it has not yet been possible to detect any collection of this journal in India, its presentation shows how collaboration between institutions and researchers can help recognition and reconstitution of collections. In this case, we thank researchers Filipa Lopes (UP) and Lucas Mestrinelli (U. Campinas) for information and sharing of their dissertations.

Bombay, no.1, Jan 26, 1950 - Feb. or Mar., 1956

Bi-weekly

Founded and directed by: Telo de Mascarenhas


BNP - J. 4885 V. = n.º 6 (Especial de Natal 25 dez. 1950) - n.º 11 (28 fev. 1951) ; S. 2, n.º 31 (30 dez. 1951) ; A. 3, n.º 39 (30 abr. 1952) - A. 3, n.º 41 (30 maio 1952) ; A. 3, n.º 46 (15 ago. 1952) - n. 48 (15 set. 1952) - Ficha bibliográfica

HML - S. 2, nº 31 (30 Dez. 1951); A. 3, nº 47 (30 Ago. 1952-nº 48 (15 Set. 1952), nº 67 (30 Jun. 1953) - Ficha bibliográfica

CC/FMS - nº 89, Ano V, de 30 de Maio de 1954 - Ver online

SAL - nº 4 (1 Maio 1950)

ANTT - ANTT - PIDE/DGS - TELO MASCARENHAS - DEL. P. / P. INF. 15232/ NT 3691 - n.º 6, Dezembro 1950 - n.º 10, 15 de Fevereiro de 1951 - n.º 11, 28 de Fevereiro 1951; n.º 35, Fevereiro de 1952; n.º 39, 30 de abril de 1952 - n.º41, 30 de maio de 1952; n.º 46, 15 de agosto de 1952- n.º 48, 15 de setembro de 1952; n.º 62, 15 de abril de 1953 - PT/TT/PIDE-DP/C/2/15232 - http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=7543541
PIDE/DGS - TELO MASCARENHAS - SC /GT 744 /NT 1430 - n.1, 26 de janeiro de 1950; n.º 30, 15 de dezembro de 1952; n.º 33, 30 de janeiro de 1952; n.º 34, 15 de Fevereiro de 1952; n.º 37, 30 de março de 1952 - n.º 38, 15 de abril de 1952; n.º 41, 30 de maio de 1952 - n.º 45, 30 de julho de 1952; n.º 63, 30 de abril de 1953 - PT/TT/PIDE/D-D/1/744 - http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=7543535
PT/TT/AOS/D-N/14/2. [Arquivo Oliveira Salazar - Correspondência Oficial - Ultramar - Índia Portuguesa - Caixa 2] - nº 2, 18 de Março de 1950- nº3, 10 de Abril de 1950; nº 11 de 28, Fevereiro de 1951; nº13, 30 de março de 1951- nº 14, 15 de abril de 1951; nº 16, 15 d e Maio de 1951- nº 17, 30 de Maio de 1951; nº 19, 30 de junho de 1951-nº 22,15 de Agosto de 1951; nº 26 (2ª série), 15 de outubro de 1951- nº 28 (2ª série), 15 de Novembro de 1951; nº30 (2ª série),15 de Dezembro de 1951; nº 32, 15 de Janeiro de 1952- nº35, 29 de fevereiro de 1952; nº 37, 30 de março de 1952 - nº 41, 30 de Maio de 1952; nº47, 30 de Agosto de 1952, nº 51 de 30 de Outubro de 1952 - PT/TT/AOS/D-N/14/2 - Índia portuguesa - UL-16A, disponível em: http://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3896583

Possibilidade de reconstituição da colecção completa: parcial - nº 1, 26.01.1950- nº 51 de 30 de Outubro de 1952 (com falhas) + nºs soltos: nº 62, 15 de abril de 1953- n.º 63, 30 de abril de 1953; nº 67, 30 Jun. 1953; nº 89, 30 Maio 1954. Faltam: nºs 5, 12, 15, 17-18, 23-25, 29, 36, 49-50, 52-61, 63-66, 68-88, nº 90-Fev./Mar 1956

topo