Guiné-Bissau

A Guiné Portuguesa foi a última colónia do império em África a instalar a Imprensa Nacional - o que aconteceu em 1880, na mesma altura em que o território ganhou administração própria deixando de depender de Cabo Verde. Iniciou-se assim a publicação do Boletim Oficial da Guiné, que foi o único meio de informação na Guiné ao longo da Monarquia, exercendo sobretudo um papel de colaborador do governo da colónia. Diferente das demais colónias africanas, a imprensa na Guiné emergiu apenas ao longo da República, com a publicação de Ecos da Guiné, Quinzenário Independente Defensor dos Interesses da Província; A Voz da Guiné, Quinzenário Republicano Independente, Pró-Guiné, Órgão do Partido Republicano Democrático. Porém, a efemeridade, a escassez de títulos e de orientações editoriais indicam que a imprensa não se consolidou na Guiné.

Várias são as razões que contribuem para explicar esta situação, entre as quais destaca uma fraqueza estrutural do espaço público local, devida à debilidade política e económica da presença portuguesa na Guiné e à natureza militar das elites coloniais neste contexto.

Também durante a ditadura e o Estado Novo, o governo colonial não precisou da censura já que não existiram atividades jornalísticas que questionassem, ou se opusessem às políticas autoritárias.

Portuguese Guinea was the last portuguese colony in Africa to receive the National Press, in 1880. This happened at the same time that the administration of that territory ceased to depend on Cape Verde. Thus began the publication of the Boletim Oficial da Guiné, which was the only information medium in Guinea throughout the Monarchy. The main objetive of this newsletter was to grant a public voice to the colonial government. Unlike the other African colonies, the press in Guinea emerged only during the Republic (1910), with the advent of several newspapers and magazines, such as Ecos da Guiné, Quinzenário Independente Defensor dos Interesses da Província; A Voz da Guiné, Quinzenário Republicano Independente, Pró-Guiné, Órgão do Partido Republicano Democrático. However, most of this periodicals had an ephemeral life, which indicates the lack of a consolidated press in Guinea.

There are several reasons for this, such as the structural weakness of the public institutions in this territory, due to the political and economic weakness of the Portuguese presence in Guinea, which was compensated by a strong military presence, which was not prone to leisure and reading as the colonial elites of other places.

Besides, during the dictatorship of the Estado Novo, the colonial government did not need censorship since there were no journalistic activities that questioned or opposed authoritarian policies.